De repente, no caminho, dois: Naísa e
Caio
O texto abaixo era pra ter sido dito
para Naísa e Caio no dia do casamento, em abril de 2011. Mas como alguns sabem,
eu estava bem doente, achei mesmo que ia entrar de demoiselle de braços dados
com a haste de soro, e se precisasse ser assim, ainda assim eu iria, não perco
uma boa estória e uma boa festa por nada. Mas o fato é que estava bem fraca pra
dizer o texto, bem fraca pra me emocionar ainda mais. E guardei. E Naísa e Caio
chamaram pra eu dizê-lo pra entrar no vídeo. E fiz. E quis compartilhar. Aí
está.
Ah! A foto belíssima é do belíssimo
Fábio http://blog.fabiooliveira.com.br
Acessem e encantem seus olhos, e
percebam lá que, tecnologias digitais a parte, a fotografia ali é ainda o que
se revela.
Como boa noveleira que sou repito a frase de Bebel em Paraíso tropical:
“Que
boa ideia este casamento primaveril em pleno outono!!!”
Que
boa ideia ESTE casamento.
Mas
sinto decepcioná-los, essa ideia não é de vocês.
Eu
já digo de onde vem a idéia.
No
noivado eu disse não entender o mistério que é um ser escolher um outro ser no
meio de bilhões de seres outros. Deixei pra lá. É mistério. Não é razão. Não é
entender. É sentir. É aceitar.
E
agora, pra falar de outro mistério, faço um convite: vamos de novo abandonar a
racionalidade. Vamos, só por hoje, esquecer a ciência. Sim, porque a ciência
explica o mundo, mas também desencanta o mundo. E hoje nós falamos justamente
de encantamento. E de mistério. Só por hoje vamos esquecer o que aprendemos na
escola. Esquecer Darwin e suas idéias de evolução. Hoje vamos falar de poesia e
jardim. E do mistério do encontro. Da poesia do encontro no jardim.
Era
uma vez um Jardim.
Era
uma vez o Criador.
Aquele
que dividiu Terra e Água, Céu e Mar.
E
fez os animais. Aos pares. E fez Adão. E minha cabeça cheia de poesia só quer
saber de imaginar Adão olhando os seres em pares.
E
Deus olhando Adão olhando os seres em pares.
Deus
olhando Adão na sua espera. Adão que foi criado completo, inteiro, sentiu falta
do seu par.
Existe
maior contradição? Ser completo e sentir falta, ser inteiro e faltar um pedaço?
É
no amor que damos conta dessa contradição. De mais essa entre tantas.
Deus
então fez Eva para a espera de Adão. E viram, todos, que ser dois é que era
bom. Vem daí que eu digo: a ideia de esperar pra se unir ao seu par não é só de
vocês, a idéia de vocês é bíblica. Ser dois é bíblico. Não se enganem, ser um
na junção da carne pode até ser biológico, mas ser dois na espera das almas é
bíblico. É mistério. É sagrado. É divino.
Era
uma vez um outro jardim. E nele ia Caio, de novo o 1º homem. E ia completo. E
no jardim vinha Naisa, de novo a 1ª mulher. E o mistério de novo se fez. Porque
Caio esperava Naisa como o 1º homem esperou a 1ª mulher, intuindo sua falta,
esperando sua existência. E quando se encontraram, quiseram ser dois. Quiseram ser
um par.
No
encontro, os dois renascidos, renovados, porque no amor, o outro mistério é
esse: reinauguramos a criação, somos recriados, por isso, no amor somos novos
de novo, por isso renascidos.
Por
isso também a canção diz: “Vem e aumenta em mim o único que sou, me subtrai do
que em mim passou, é amor, vem”
É
amor, vocês sabem, e nós sabemos, é amor!
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