sexta-feira, 16 de março de 2012

Naísa e Caio, o par


De repente, na estrada, a bagagem ficou mais leve...
De repente, no caminho, dois: Naísa e Caio




O texto abaixo era pra ter sido dito para Naísa e Caio no dia do casamento, em abril de 2011. Mas como alguns sabem, eu estava bem doente, achei mesmo que ia entrar de demoiselle de braços dados com a haste de soro, e se precisasse ser assim, ainda assim eu iria, não perco uma boa estória e uma boa festa por nada. Mas o fato é que estava bem fraca pra dizer o texto, bem fraca pra me emocionar ainda mais. E guardei. E Naísa e Caio chamaram pra eu dizê-lo pra entrar no vídeo. E fiz. E quis compartilhar. Aí está.

Ah! A foto belíssima é do belíssimo Fábio http://blog.fabiooliveira.com.br
Acessem e encantem seus olhos, e percebam lá que, tecnologias digitais a parte, a fotografia ali é ainda o que se revela.


Como boa noveleira que sou repito a frase de Bebel em Paraíso tropical:
“Que boa ideia este casamento primaveril em pleno outono!!!”

Que boa ideia ESTE casamento.

Mas sinto decepcioná-los, essa ideia não é de vocês.

Eu já digo de onde vem a idéia.

No noivado eu disse não entender o mistério que é um ser escolher um outro ser no meio de bilhões de seres outros. Deixei pra lá. É mistério. Não é razão. Não é entender. É sentir. É aceitar.

E agora, pra falar de outro mistério, faço um convite: vamos de novo abandonar a racionalidade. Vamos, só por hoje, esquecer a ciência. Sim, porque a ciência explica o mundo, mas também desencanta o mundo. E hoje nós falamos justamente de encantamento. E de mistério. Só por hoje vamos esquecer o que aprendemos na escola. Esquecer Darwin e suas idéias de evolução. Hoje vamos falar de poesia e jardim. E do mistério do encontro. Da poesia do encontro no jardim.

Era uma vez um Jardim.
Era uma vez o Criador.
Aquele que dividiu Terra e Água, Céu e Mar.
E fez os animais. Aos pares. E fez Adão. E minha cabeça cheia de poesia só quer saber de imaginar Adão olhando os seres em pares.
E Deus olhando Adão olhando os seres em pares.
Deus olhando Adão na sua espera. Adão que foi criado completo, inteiro, sentiu falta do seu par.
Existe maior contradição? Ser completo e sentir falta, ser inteiro e faltar um pedaço?
É no amor que damos conta dessa contradição. De mais essa entre tantas.
Deus então fez Eva para a espera de Adão. E viram, todos, que ser dois é que era bom. Vem daí que eu digo: a ideia de esperar pra se unir ao seu par não é só de vocês, a idéia de vocês é bíblica. Ser dois é bíblico. Não se enganem, ser um na junção da carne pode até ser biológico, mas ser dois na espera das almas é bíblico. É mistério. É sagrado. É divino.

Era uma vez um outro jardim. E nele ia Caio, de novo o 1º homem. E ia completo. E no jardim vinha Naisa, de novo a 1ª mulher. E o mistério de novo se fez. Porque Caio esperava Naisa como o 1º homem esperou a 1ª mulher, intuindo sua falta, esperando sua existência. E quando se encontraram, quiseram ser dois. Quiseram ser um par.
No encontro, os dois renascidos, renovados, porque no amor, o outro mistério é esse: reinauguramos a criação, somos recriados, por isso, no amor somos novos de novo, por isso renascidos.
Por isso também a canção diz: “Vem e aumenta em mim o único que sou, me subtrai do que em mim passou, é amor, vem”

É amor, vocês sabem, e nós sabemos, é amor!

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