"Sobrevivo a cada manhã quando, cruzando as portas e
corredores que me conduzem às ruas intermináveis, imagino sempre que sou
invisível para cada um dos que passam. Ninguém suspeita de meu segredo, caminho
severa pelas calçadas, olhos baixos para que minha sede não transpareça: ah sou
tão morena e magrinha que ninguém me adivinha assim como tenho andado - castamente
cinzelada no topo deste morro onde os ventos não cessam jamais de uivar, tendo
entre as mãos, como quem segura lírios maduros dos campos, uma espera tão
reluzente que já é certeza" Caio F
Felicidade - Marcelo Jeneci
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Me adivinha?!